Don Juan moderno [pág 11,12] Capítulo 2 - O despertar do urso
A floresta era dividida entre duas principais zonas
que eram as: zona norte e zona sul, os animais que eram domesticáveis e
pacíficos e os insetos, e também tudo o que não aparentava perigo algum viviam
na zona sul. O caçador possuía uma casa nessa parte com muitos equipamentos
tecnológicos internos que o permitiam ter um bom monitoramento de tudo. Ao
contrário, na zona norte existiam os animais peçonhentos e perigosos como
serpentes, aranhas e escorpiões. Era o lugar onde existia maiores ameaças para
um humano estar, mesmo se esse humano fosse o caçador.
A estratégia do urso em leva-la para a zona norte
era a de que ficasse longe do caçador e ao mesmo tempo ficasse próxima a ele,
tendo maiores tranquilidades nessa parte e tempo para pensarem nas respostas
que os poderiam levar a saída da floresta encantada. Ela sentia-se insegura e
precisava desse tempo para refletir sobre os últimos acontecimentos e correr
nessa busca com o urso para a descoberta de todos os mistérios.
Antes do inverno das transformações o vento que
pairava pelo ar vindo de um horizonte distante, o ambiente quieto, a ventania
sobre os pelo do urso que transformou-se em um ser humano, um homem alto, magro,
cabelos pretos lisos, dentes brancos finos e olhar penetrante. Anterior ao
inverno, era sempre o primeiro a voltar a forma humana, o seu nome era Alexey
Orlovsky nascido em 1983 em São Petersburgo na Rússia, militar do exército
russo.
O avô dele, Nicolau Orlovsky lutou na Guerra Civil
Russa em 1918 no exército dos Bolcheviques e acabou sendo morto pelo exército
branco que era a oposição. Após 1921 com o fim da Guerra Civil Russa e a
vitória dos Bolcheviques e milhões de pessoas mortas, feridas e famintas. Nesse
tempo, a economia da Rússia estava em colapso e isso culminou a morte de
milhares de russos por fome e doença depois da guerra. A vó de Alexey, a Irina
Orlovsky, artesã, morreu por conta da fome ao se enxergar sem recursos depois
da perca de seu marido na guerra. O Vladimir, pai de Alexey era um bebe e fora
criado por uma tia materna chamada Tatiana, que foi quem o criou como um filho
até a idade adulta, ela não tinha filhos e com a chegada de Vladimir fez dele
seu filho e o cuidou até a idade em que ele se tornou homem.
O pai de Alexey, o Vladimir Orlovsky seguiu o mesmo
caminho de seu avô Nicolau Orlovsky e tornou-se militar do exército russo e
lutou na Segunda Guerra Mundial até 1945 com o fim da guerra. A mãe dele chamava-se Alexandra e era
professora de literatura russa na Universidade de São Petersburgo. Em 1983
engravidara de um menino que seria o seu primogênito e filho único, o qual
deu-lhe o nome de Alexey, que anos mais tarde decidira seguir o caminho do pai
e entrar para o exército.
Em agosto de 2008 o exército militar da Geórgia
contra o da Rússia brigaram por territórios, gerando um conflito armado de cinco
dias. Com 25 anos de idade quando isso aconteceu, Alexey foi convocado para o
58º Exército Russo. Naquele dia não fazia ideia do que iria acontecer, quando
se vai para a guerra necessita-se enfrentar tudo o que vem pela frente, sem ter
a certeza de nada. Ele estava disposto a isso.
Alexey levantou cedo, estava morando em Moscou, despediu-se
de sua família, certificou-se de que não havia esquecido de seus mantimentos e
equipamentos. Agradeceu aos céus pela oportunidade e foi com a enorme garra que
existia dentro dele. Queria dar o seu melhor para proteger o seu País contra
quaisquer que fossem os seus inimigos, queria honrar o seu avô e ao seu pai que
também serviram as forças desse País.
Dessa vez era uma intervenção humanitária para que
voltassem a ter paz entre as fronteiras de Geórgia e Rússia, estavam lutando
por conquistas de autonomia e disputa territorial. Foram cinco longos dias de
batalha contra as forças inimigas da Geórgia, no meio do conflito, já no quarto
dia Alexey foi informado de que haviam militares precisando de reforço, com o
piloto e mais outro soldado voou de avião sobre a Ossétia do Sul quando
desgovernado o avião perdeu o equilíbrio do voo e caiu no meio de uma floresta.
O barulho da queda foi estrondoso, os pedaços das
peças do avião espalharam-se por todos os lados, não era possível que alguém
estivesse vivo, não no mundo real e na ordem de como tudo tem que acontecer.
Era imprescindível encontrar os corpos em algum lugar. O motorista do avião e o
outro soldado estavam mortos e seus corpos encontravam-se jogados pela
floresta, nenhum sinal de vida. Alexey caiu ao pé de uma árvore que soprou-lhe
um pó brilhoso cobrindo todo o seu corpo, ao despertar sentiu que estava
pesado, seus olhos estavam diferentes, acordando, viu que não era mais o mesmo,
visualizou as suas mãos e pés enormes como todo o seu corpo, havia se transformado
em um urso. O grito foi estrondoso, estranhou-se muito e não podia comunicar-se
com os outros companheiros que estavam ali mortos e imóveis. Tinha consciência
mas não podia comunicar-se como habitualmente, a linguagem do urso é outra.
Foram dias e meses até entender que as três estações onde é um animal são
longas e que somente no inverno voltava a ser um humano.
Essa lembrança de como havia chegado naquela
floresta deixava Alexey pensando em como a vida era antes de estar ali, era
estranho para ele como sua vida tinha tomado um rumo diferente, devido a um único
acidente que sofrera. Era para estar na Rússia ou servindo ao exército pela
Rússia em qualquer lugar do mundo, essa era a sua paixão e o seu maior desejo.
Caminhando pela floresta, completamente nu, foi até
a uma cabana velha onde deixava a sua roupa e algumas coisas que conseguiu
recuperar após a queda do avião. Trocou-se e foi vagando pela floresta, tomando
cuidado com os animais e treinando atirar com arco e flecha. Suas habilidades
de militar o ajudaram a sobreviver. Somente ele foi atingido pelo pó brilhante
de uma única árvore que existia no centro da floresta, essa árvore possuía o
encantamento que adiantava a transformação e por isso Alexey transformava-se
anterior aos demais.
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