Toni Morrison - A primeira escritora negra a ganhar o Prêmio Nóbel de literatura

 
Toni Morrison na juventude



Morreu no ano passado no dia 5 de agosto de 2019 de pneumonia a escritora americana Toni Morrison aos 88 anos de idade, ela foi a primeira escritora negra a ganhar um prêmio Nóbel de literatura. Vamos conhecer um pouco de sua trajetória:

Seu nome de registro era Chloe Ardelia Wofford mas ficou conhecida como Toni Morrison, era como assinava em suas escritas. Nasceu em Lorain, Ohio nos Estados Unidos, vem de uma família de classe média, que sofreu muitas dificuldades financeiras durante a Grande Depressão. Ela era uma leitora assídua desde cedo. Seu pai sempre lhe contava histórias das comunidades negras americanas, o que viria mais tarde influenciar na escrita dela. 
Toni Morrison formou-se em Inglês pela Universidade Howard em 1953 e dois anos mais tarde fez um mestrado em Inglês pela Universidade Cornell o estudo que defendeu em seu mestrado foi sobre o suicídio nas obras dos escritores  William Faulkner e Virginia Woolf. Foi professora de Inglês na Universidade do Sul do Texas em Houston e depois na Universidade Howard. 
Em 1958 casou-se com o arquiteto Harold Morrison, tiveram dois filhos: Harold e Slade. Divorciou-se em 1964. Após separar-se mudou-se para o Estado de Nova York e tornou-se editora, sendo contratada pela Random House (uma das principais editoras de língua inglesa do mundo), um ano e meio depois. Ela ajudou a popularizar a literatura negra americana publicando vários autores como o Henry Dumas, Toni Cade Bambara, Angela Davis e Gayl Jones.
Enquanto era editora Morrison também lecionava inglês na Universidade de Nova York e no campus de Brunswick da Universidade Rutgers. Também foi professora em Yale e na Bard College. De 1989 até sua aposentadoria em 2006, a autora ocupou a cadeira Robert F. Goheen em Humanidades na Universidade de Princeton. Em 2005 ganhou o título honorário de Doutora em Letras pela Universidade de Oxford.
O mundo todo passou a conhecer a escritora depois que ela ganhou o Prêmio Nóbel no dia 8 de outubro de 1993 onde seu nome foi estampado na imprensa após a academia sueca em Oslo decidir que ela ganharia o prêmio mais importante da literatura naquele ano.
O primeiro livro que ela escreveu foi O olho mais azul publicado em 1970 na qual fazia uma crítica ao racismo e ao machismo da época. O livro é um alter-ego da autora e foi escrito enquanto trabalhava como professora na Universidade e ainda criava os seus dois filhos. Em 1973 publicou seu segundo livro chamado Sula, um romance que fala de amizade e expectativas para com a comunidade.
O livro Song of Solomon publicado em 1977 foi aclamado pelas críticas, narrado por um personagem homem que procura sua própria identidade. Com o livro Beloved (Amada) publicado em 1987 ganhou o prêmio Pulitzer de Ficção e virou um best-seller. O livro conta a história de um escravo fugitivo que quando é pego corta a garganta da filha para não vê-la se tornar escrava. Os livros dela sempre possuem mulheres negras com personalidade forte e histórias marcantes, porém a autora não se definia como feminista.
Ela escreveu muitos outros livros, peças, ensaios infantis e obras relatando a experiência da vida negra americana desde a raiz da escravidão até a contemporaneidade. O olhar dela como escritora foi muito aguçado para estas questões e fez um trabalho de excelência que conquistou o mundo além de  prêmios. 

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