Don Juan moderno [pág 2]
Eu o observei novamente, e de novo me escreveu uma mensagem, não como antes, talvez um pouco mais retraído, eu pensei que havia percebido que aquilo era proibido. Não sabia qual era a sua intensão e nem os seus próximos passos, porém, a comunicação entre nós vinha se desenvolvendo, mesmo que por diversas vezes eu tentei desfazer.
O Don Juan caminhava por entre passos lentos, já sabia quais seriam os seus argumentos para continuar com essa história, sabia se afastar para não se envolver, sabia manobrar com as suas mãos múltiplos jogos que criara e que estavam em andamento. Como homem conhecia todos os seus instintos e utilizava os truques que conhecia para não deixar com que qualquer sentimento de fato o atingisse, erguia os enredos e usava da psicologia emocional do comportamento humano para fazer com que eu me desarmasse. Dentre todas as profissões escolheste uma dentre as mais perigosas, a de caçador permanente dos corpos das mulheres e do coração das moças desiludidas.
O que ele sabia fazer era quebrar alguns protocolos e usar algumas artimanhas para manter-me em sua rede enquanto o meu fôlego pedisse o tempo todo para respirar distante de suas garras. Não me deixava escapar, não parava de me trazer para perto de si quando eu queria ir para longe, mesmo que no fundo desejando estar por perto.
Nós dois sabíamos o quanto isso era perigoso, se arriscar diante das incertezas e da nossa situação. O Don Juan tinha mais experiências que eu, podia contornar qualquer imprevisto e se sair sem ao menos ser notado, as suas aventuras como caçador o tornaram um profissional nesse assunto, enquanto eu carregava o mistério e os anos de análise e observações sobre outras vidas que por esse caminho passaram. Não se conhecia ao certo onde iriamos chegar, e eu estava lidando com alguém perigoso e que poderia disputar comigo o controle da situação a qualquer momento.
No observatório das emoções ele colecionava muitas borboletas, cada uma delas representava uma vida que por ele haviam passado, eu era uma libélula, estava de fora, enquanto olhava para todas as que estavam ali dentro. Ele sentia que precisava de todas as formas obter uma libélula em meio as suas borboletas, queria tocá-la e a alinhar enquanto desejava que fizesse parte da sua coleção. Não sabendo que o campo de visão da libélula é extremamente apurado. Eu conseguia vê-lo diante de toda aquela situação, porém, não poderia sentir o que ele sentia em seus mais profundos pensamentos.
Seus instintos de caçador o faziam perambular entre muitos corações e se curvar diante de diversos corpos. Não era tão convencional, aguentava as minhas conversas sobre romance e ainda conseguia palpitar sobre as minhas opiniões. Parecia ser arrebatador, desafiador e romântico. Ele estava me desafiando, tentando me convencer em jogar o seu jogo, sobre as suas regras e havia horas em que entregava-me o controle para que parecesse que havia sobre mim algum poder. Quando eu recusava ele controlava tudo novamente. Quando se está com o Don Juan nunca se sabe se isso tudo é real ou ilusão, há sempre uma linha tênue e sempre um risco entre nós.
Eu poderia imaginá-lo olhando-me enquanto proferia palavras doces para convencer-me de que eu era a única peça rara dentre todas as que existira. Eu poderia ver o sorriso tímido saindo do meu rosto ao ouvir essas palavras enquanto observava as suas atitudes. Poderia convencer-me por um instante mas não por todo o momento. Algo em mim sempre me dizia para não colocar todas as minhas fichas em mesa diante de um profissional sendo eu tão amadora. Ele pedia que sim, insistira para que eu jogasse o seu jogo sem medo de ser feliz, me dava garantias de que não tinha como eu perder, me oferecia novas cartas para que eu me sentisse segura, ainda assim, novamente a minha mente racional analisava todas as suas peças e agia com cautela sobre a incerteza de que a qualquer momento ele poderia mudar todo o jogo.
Tem continuação - vá para a Página 3
Nós dois sabíamos o quanto isso era perigoso, se arriscar diante das incertezas e da nossa situação. O Don Juan tinha mais experiências que eu, podia contornar qualquer imprevisto e se sair sem ao menos ser notado, as suas aventuras como caçador o tornaram um profissional nesse assunto, enquanto eu carregava o mistério e os anos de análise e observações sobre outras vidas que por esse caminho passaram. Não se conhecia ao certo onde iriamos chegar, e eu estava lidando com alguém perigoso e que poderia disputar comigo o controle da situação a qualquer momento.
No observatório das emoções ele colecionava muitas borboletas, cada uma delas representava uma vida que por ele haviam passado, eu era uma libélula, estava de fora, enquanto olhava para todas as que estavam ali dentro. Ele sentia que precisava de todas as formas obter uma libélula em meio as suas borboletas, queria tocá-la e a alinhar enquanto desejava que fizesse parte da sua coleção. Não sabendo que o campo de visão da libélula é extremamente apurado. Eu conseguia vê-lo diante de toda aquela situação, porém, não poderia sentir o que ele sentia em seus mais profundos pensamentos.
Seus instintos de caçador o faziam perambular entre muitos corações e se curvar diante de diversos corpos. Não era tão convencional, aguentava as minhas conversas sobre romance e ainda conseguia palpitar sobre as minhas opiniões. Parecia ser arrebatador, desafiador e romântico. Ele estava me desafiando, tentando me convencer em jogar o seu jogo, sobre as suas regras e havia horas em que entregava-me o controle para que parecesse que havia sobre mim algum poder. Quando eu recusava ele controlava tudo novamente. Quando se está com o Don Juan nunca se sabe se isso tudo é real ou ilusão, há sempre uma linha tênue e sempre um risco entre nós.
Eu poderia imaginá-lo olhando-me enquanto proferia palavras doces para convencer-me de que eu era a única peça rara dentre todas as que existira. Eu poderia ver o sorriso tímido saindo do meu rosto ao ouvir essas palavras enquanto observava as suas atitudes. Poderia convencer-me por um instante mas não por todo o momento. Algo em mim sempre me dizia para não colocar todas as minhas fichas em mesa diante de um profissional sendo eu tão amadora. Ele pedia que sim, insistira para que eu jogasse o seu jogo sem medo de ser feliz, me dava garantias de que não tinha como eu perder, me oferecia novas cartas para que eu me sentisse segura, ainda assim, novamente a minha mente racional analisava todas as suas peças e agia com cautela sobre a incerteza de que a qualquer momento ele poderia mudar todo o jogo.
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