O Mito da Caverna contemporâneo
Era uma sociedade que vivia em uma comunidade onde todos possuíam além de correntes e algemas em seus braços e pernas, uma venda em seus olhos. A caverna continuava escura e não podiam de qualquer forma obter luz. A forma com que se comunicavam era através de sinais e de barulhos produzidos no intuito de ajudarem uns aos outros.
Naquela sociedade não havia nada que fosse atrativo, apenas mecanismos que os faziam se conformar e pensar que aquilo era normal, e que nada deveria mudar. Dia após dia aquelas correntes eram vistas como confortáveis e aquela caverna como o melhor lugar para se habitar. Não sabiam qual era a sua dimensão, não sabiam ao certo o que os detinham ali, sabiam apenas que o conforto e o conhecido eram melhores do que o desconhecido.
Todos produziam algum tipo de mantimento, todos construíam seus lares e seus planos em torno daquela caverna, nenhum espaço para o novo, nenhum pensamento que pudesse os libertar, pois para eles não existia melhor lugar.
Até que um dia, dois daqueles moradores conseguiram se desprender e destampar os olhos até que saíram da caverna. No começo houve muito espanto e a luz resplandeceu forte, ficaram receosos com o que poderiam encontrar lá fora, pensaram em voltar com medo de que algo ruim pudesse os acontecer porém acabaram seguindo em frente.
Ao chegar para fora descobriram um mundo totalmente novo e diferente de tudo o que conheciam, embarcaram de vez nessa jornada e viram uma sociedade livre, onde existia um novo pensamento sobre a vida, onde não existiam aquelas algemas que limitavam os seus passos. Viram uma sociedade civilizada, um povo feliz, viram que o medo precisava ser enfrentado se quisessem buscar o novo.
Então, diante daquela situação decidiram retornar, imaginaram em como seria belo mostrar aos outros o mundo fantástico que encontraram lá fora, longe de toda algema, prisão e cegueira. Queriam fazer transbordar os corações dos que ficaram lá, queriam os convencer de que também precisavam se libertar e conhecer aquilo tudo que os esperavam lá fora.
Ao retornarem e contarem aos outros tudo o que viveram, todas as viagens que percorreram e como a sociedade civilizada era, enxeram seus olhos de esperanças e queriam fazê-los entender que o mundo que conheceram era melhor do que o mundo que existia na caverna. Os outros surpreendidos com tudo aquilo que lhes contaram, ficaram desiludidos e colocaram suas vendas novamente em seus olhos, pegaram suas algemas e decidiram que não queriam se libertar. Preocupados os dois tentaram insistentemente que precisavam ir e conhecer o que o mundo os esperavam. Não satisfeitos pegaram os dois e tentaram os enforcar, porém conseguiram escapar e foram viver em outro lugar sob a luz do luar.
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